segunda-feira, abril 02, 2007

tudo é um

Hoje só quero falar de coisas boas. Sonhei com minha mãe numa colônia espiritual. Sou kardecista, assim como toda a minha família pelo lado materno, começando por meus avós no início do século passado, chegando até aqui. Cerca de 100 anos de espiritismo em família, portanto. É verdade que estudei numa escola católica e que fiz parte da geração 68, que mudou tudo no quesito comportamento e mergulhou de cabeça na política. Fui, como se vê, católica na infancia e completamente de esquerda na juventude. Se bem que "de esquerda", de um jeito ou de outro, a gente nunca deixa de ser, se quer o bem da humanidade _ e em qualquer faixa etária, ao contrário do que diz o vosso presidente. Os caminhos pra chegar lá é que divergem bastante. E um nome é apenas um nome, como já disse o bom e velho bardo inglês.

Enfim, tudo isso apenas demonstra que tive a total liberdade de escolher para que lado o vento iria levar meu espírito livre. E escolhi, e não me arrependi nunca dessa escolha. Cada um que faça a sua: todas são boas, todas fazem bem, tudo conecta com a transcendencia, que é o que nos interessa. Se Deus está em tudo, eu vejo Deus o tempo todo, e você também. Tudo é um.

PS- Esta placa da foto está na entrada do jardim de meu amigo Johnny Mandel (judeu) na California.

8 Comments:

At 2:08 PM, Anonymous Anônimo said...

Incrível achar esse Blogger...
Confesso ter me viciado em lê-lo semanalmente, como um espécie de periódicos de Domingo.
Na verdade o achei por acaso! Sou realmente fã dessa escritora. Realmente.
Lembro de Clareana como a primeira música pronunciada pela minha boca, quando ainda nem sabia metade do vocabulário que dominaria alguns anos a frente.
Lembro-me das apresentações em escola, quando cantavas músicas de sua autoria, para algumas das mães visitantes...
Lembro-me muito bem... Coisa boa não se esquece.
Fiz uma comunidade para você no Orkut! Verdade! E a tenho como evidente prova de meu gosto musical e, minhas saudades da infância. Como já disse.
É maravilhoso poder ler coisas tão bem escritas, tão bem pensadas...
É maravilhoso ler letras de uma pessoa de significância tão grande para mim...
Parece tietagem...
Não... É mesmo verdade!

 
At 5:49 PM, Anonymous Anônimo said...

Que bom saber que uma pessoa sensível como você, inteligente, segue os princípios dessa religião tão meosprezada por muitos, ditos intelectuais, como uma manifestação de falta de cultura, de inteligência, de razão. No meu entendimento(e sentimento) é o caminho mais lógico de se encarar a vida com confiança, com um pouco menos de revolta(ou nenhuma) diante das barras que a gente enfrenta nesse plano. Mas, humanos somos e, de vez em quando, a gente fica com raiva, triste, e outros sentimentos "menores" diante da impunidade, da violência, da falta de sensibilidade dos líderes, dos políticos, da desonestidade ... Tempo virá em que seremos todos ,realmente, irmãos.
Estou me deliciando com o "Banda Maluca" que o carteiro acabou de entregar. Tudo muito bom. Mas, no momento, escuto Tufão, pela enésima vez.
Boa semana! Bjs!

 
At 5:26 AM, Anonymous Anônimo said...

“O beijo do sol pelo perdão.
O canto dos pássaros pela alegria.
Você está mais perto do coração de Deus num jardim
do que em qualquer outro lugar da Terra.”

Mesmo sem saber se as palavras da placa do jardim do talentoso Johnny Mandel eram dele, corri pra confirmar minha impressão a qual ficou confirmadíssima: ele é um sagitariano da gema! Eu também.
Viva as criaturas que mais têm fé, as mais otimistas do planeta! Êêêêê!!!
Viva, também, os aquarianos, estes seres super-evoluídos!
E viva os arianos, íntegros líderes que dão impulso ao início de tudo!
Os virginianos, que aperfeiçoam tudo!
Os librianos, que...
“Viva eu, viva tudo, viva o Chico Barrigudo!” (dito popular brasileiro)

Safka

 
At 10:01 AM, Anonymous Anônimo said...

Olá!
Fiz uma singela homenagem pra você, que tem grande importância na minha formação musical!
Teria imenso prazer em vê-la por lá!!!
Um abraço cheio de ternura e muita admiração
ana de toledo

 
At 9:04 PM, Anonymous Anônimo said...

Conseguir encontrar a unidade no todo é uma tarefa difícil, mas que, de certa forma, é o princípio do nosso pensar e sentir e questionar, pois, caso contrário, nao contaríamos com a religião... mas podemos observar que o significado do termo RELIGIÃO (RELIGAR) não está mais sendo levado em conta, considerando esse sentido inicial de "religar", "retornar"... o que vemos é uma idéia totalmente distorcida, porque muitas vezes limita, obriga e poda o ser humano... pracisamos cortar o nosso prazer, intuição e instintos, dependendo do que se segue, em termos de instituição... o paradoxo é belo e sutil: estamos evoluindo andando "para trás", ou seja, voltar à essência, retornar ao todo, religar-se ao ventre da existência é evolução... é sentir-se tal como se é... é simplesmente ser... e é dessa forma que temos que contribuir ao mundo... dessa forma podemos encarar a religião... é fundamental buscar a consciência, a intuição, o prazer nos dias e nas horas... e só fazer muito amor, que amor não faz mal...

 
At 1:07 PM, Anonymous Anônimo said...

Cara Joyce
Tenho a certeza de que sua(s) apresentação(oes)foram lindas. Sempre vi você divulgando seus discos no Sem Censura e gosto muito da maneira como você se pronunciava nos diversos temas ali abordados. Tô longe da terrinha,mas sempre plugada. Conheci seu blogg, através da indicação da AngelaGarcia, divulgado no fotolog dela. Um abraço Joyce, valeu Angela!

 
At 3:29 AM, Anonymous Anônimo said...

Oi Joyce é a Mariana outra vez...

Já achei meu querido amigo Flávio Chamis, de qualquer modo te agradeço e desculpe ter invadido seu blog..sucesso...bjs e bjs

Mari

 
At 5:16 PM, Blogger Sils said...

Cara Joyce

Sempre respeitosamente gostaria de discutir seu argumento
( "de esquerda", a gente nunca deixa de ser, se quer o bem da humanidade)

Direita e esquerda, muito antes de serem diferenças “ideológicas” ou de programa político, são duas maneiras diferentes de vivenciar o tempo histórico. Essas duas maneiras estão ambas arraigadas no mito fundador da nossa civilização, a narrativa bíblica, que vai de uma “origem” a um “fim”, do Gênesis ao Apocalipse.
De um lado, a mera antigüidade temporal do poder existente (que na realidade podia nem ser tão antigo assim, apenas mais velho que seus inimigos) tenta investi-los de uma aura celeste. O famoso “direito divino dos reis”, que de fato não era uma instituição muito antiga, mas o resultado mais ou menos recente do corte do cordão umbilical que atava o poder real à autoridade da Igreja, não é senão a tradução em linguagem jurídico-teológica de uma vivência de tempo que identificava a antigüidade relativa com a origem absoluta.
De outro lado, a perspectiva do Juízo Final, com o prêmio dos justos e o castigo dos maus quando da reabsorção do tempo na eternidade, era espremida para dentro da imagem futura de um reino terrestre de justiça e paz, de um regime político perfeito, que, paradoxalmente, seria ao mesmo tempo o fim da história e a continuação da história
Tal é a origem respectiva dos “reacionários” ou “conservadores” e dos “revolucionários” ou “progressistas”
É evidente que, na estrutura do tempo real, não existe nem antigüidade sacra nem apocalipse terrestre – nem direito divino dos reis nem carisma do profeta revolucionário. São, um e outro, menos que mitos (pois uso o termo “mito” no sentido nobre de narrativa arquetípica, e não como oposto de “verdade”). O rei não é o poder de Deus e o revolucionário não é um profeta. São apenas dois sujeitos que se imaginam importantes, o primeiro porque toma a antiguidade da sua família como se fosse a origem dos tempos, o segundo porque atribui a seus projetos de governo a grandeza mítica do Juízo Final.
Direita e esquerda passaram por inúmeras variações e combinações ao longo dos últimos séculos. Mas, onde quer que se perfilem com força suficiente para hostilizar-se mutuamente no palco da política, essa distinção permanece no fundo dos seus discursos: direita é o que se legitima em nome da antigüidade, da experiência consolidada, do conhecimento adquirido, da segurança e da prudência, ainda quando, na prática, esqueça a experiência, despreze o conhecimento e, cometendo toda sorte de imprudências, ponha em risco a segurança geral; esquerda é o que se arroga no presente a autoridade e o prestígio de um belo mundo futuro de justiça, paz e liberdade, mesmo quando, na prática, espalhe a maldade e a injustiça em doses maiores do que tudo o que se acumulou no passado.
A revolução Francesa matou muito mais que um século de besteiras da inquisição
Espanhola . Cuba tem mais assassinatos de estado que todos os golpes militares
da América do sul .
Direita e esquerda são politizações de símbolos mitológicos cujo conteúdo originário se tornou inalcançável na experiência comum. Elas existirão enquanto permanecermos no ciclo moderno, cujo destino essencial, como bem viu Napoleão Bonaparte, é politizar tudo e ignorar o que esteja acima da política. Não existirão para sempre. Mas, quando cessarem de existir, a política terá perdido pelo menos boa parte do espaço que usurpou de outras dimensões da existência.

 

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