terça-feira, outubro 19, 2010

Amor é entre pessoas livres

Deu no Bom Dia Brasil (não sei quem escreveu, mas achei tão bom que re-publico):

A violência está generalizada. Vimos violência em um estádio de futsal. Um homem foi praticamente linchado dentro de um pronto-socorro no interior de São Paulo. A segurança do hospital só chegou depois.

Sentimos que a violência, a raiva, está dentro da cabeça das pessoas, pronta para explodir. É a solução física, na falta de argumento racional. Na base, é a falta da educação. É a educação que nos distancia dos animais.

Homens espancam homens. Homens espancam mulheres. Como falou a delegada, a mulher já vence uma barreira enorme ao se queixar de seu homem. Em geral, tem medo de represália, de agravar a situação, de os filhos sofrerem ao ver o pai sendo chamado à polícia. Agora a Justiça decidiu: basta registrar a queixa e o resto é com a promotoria.

Eu pergunto: quem é o algoz de 35 mil mulheres que apanham todos os dias? Para a psicologia, é um inseguro, um sujeito que se sente inferior aos outros homens. Talvez tenha distúrbios sexuais, se sinta inferior à própria mulher. É pressionado pela cultura machista de ter que ser o dono, comandante, superior.

Demonstra que é apenas superior em força física. Na verdade, cada vez que bate se diminui mais. E pode não estar só. A mulher que se anula para não perturbar o companheiro, no fundo é agredida duas vezes – pelo seu homem e por si própria. Cada vez que permite, fica menor.

Uma relação de domínio e medo não pode ser mantida pela tentativa de preservar a relação, não indo à polícia. Uma relação assim não tem futuro mesmo. Não tem nada a ver com uma relação saudável de companheirismo, de cumplicidade, de intimidade e, sobretudo, de desigualdades que se complementam e preservam a personalidade e a liberdade de cada um. Domínio e submissão são para escravatura. Amor é entre pessoas livres.

4 Comments:

At 7:55 PM, Blogger Marcel said...

Uma vez, durante uma aula de Biologia um professor me explicou que estando embriagado, um homem fica impotente e automaticamente o cérebro envia uma mensagem para o seu cérebro, onde a única maneira de ele se lembrar que é homem é por meio da agressão. Mas, por quê a mulher? Por quê não se enche de socos, cortes e mutilações?

Creio que assim como os bêbados, os sóbreos também se acham impotentes e tentam provar algo (como se bater em alguém fosse prova de alguma coisa, simplesmente um ato banal de extrema covardia), e como mesmo já foi dito, muitas vezes as mulheres não tomam a frente da situação por centenas de motivos. É compreensível, mas triste de se observar, cada vez mais há notícias na televisão de agressão domiciliar, e os casos vem aumentando, entretanto ainda há pouco preocupação por parte da sociedade, da política e etc.

Quando não posso fazer algo fisicamente, simplesmente oro. Espero ainda, com fé que coisas assim ainda irão melhorar.

 
At 10:37 PM, Blogger Romney Lima said...

Cara Joyce, li uma nota no jornal O Globo sobre o seu novo programa No compasso da história. sou professor de história e há 10 anos desenvolvo com um grupo de músicos, professores e atores, um projeto chamado História através da Música (www.historiaatravesdamusica.com.br) no qual abordamos partes da história do brasil, utilizando sambas. Contamos com o luxuoso auxilio do teatro para tornar mais lúdico a aula-espetáculo. Para saber mais detalhes acesse nosso site e veja algumas apresentaçoes do nosso grupo no youtube: http://www.youtube.com/watch?v=niE4rRat4jA http://www.youtube.com/watch?v=oIEYKS3q7NQ

atenciosamente,
Romney
lima.romney@gmail.com

 
At 11:02 PM, Blogger Marcel said...

Voltando para postar um link para você Joyce.

Nas minhas andanças pela internet
encontrei uma vídeo com o aúdio de uma versão do "Feminina" versão extendida com 11 minutos. Se não me engano para um álbum de Claus Ogerman chamado Natureza de 1977.

Como recordar é viver, e descobrir também, achei interessante mostrar esse material.

 
At 1:56 PM, Blogger pituco said...

joyce,

e já estamos no século 21...já era tempo da humanidade ter tomado jeito, não é verdade?

violência doméstica, apedrejamento...parece ficção, mas pelo visto, ainda existe...que tristeza

respeito é uma prerrogativa máxima pra uma convivência conjugal...antes mesmo do amor, atração, paixão e coisa e tal.

abraçsonoros

 

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