sexta-feira, outubro 14, 2011

Justiça


Todo meu apoio às passeatas anticorrupção que estão acontecendo aos poucos pelo país. O mundo todo, na verdade, se move, e cada um com seus problemas: a Primavera Árabe, que deu certo em alguns países e em outros não; os protestos nas praças da Espanha e da Grécia contra a política econômica; os indignados da Itália, com seu premier que só lhes traz vergonha; os protestos da segunda geração de imigrantes na França; o povo que está ocupando Wall Street, em Nova York, gritando contra o capitalismo selvagem. E em Londres a coisa saiu das medidas e virou vandalismo puro. Como na canção do Chico, "cidadãos inteiramente loucos, com carradas de razão".

(Vejam o filme de Michael Moore, 'Capitalismo - Uma História de Amor'. É muito bom e explica as coisas direitinho. Outros filmes sobre a crise que começou em 2008: 'Internal Job' e 'Margin Call', ambos americanos e de ficção (ou dramatização dos fatos.)

Nossos problemas são outros. À nossa maneira, vamos tentando protestar contra os desmandos que ocorrem por aqui, onde pagamos impostos absurdos, dos maiores no mundo, e não temos direito a nada. Saúde, educação, segurança, infraestrutura - dá vontade de fazer papel de louca e partir para a desobediência civil, como queria Thoreau. Mas a pergunta continua sendo por que não conseguimos mobilizar as pessoas contra a corrupção. As pessoas são mobilizáveis, isso tem sido dito o tempo todo na imprensa e nas rodas de conversa: passeatas religiosas ou por direitos civis (incluo os gays e a liberalização da maconha nisto) conseguem, sim, mobilizar multidões. Mas no outro dia mesmo uma minguada assembleia de 2.500 pessoas protestava na Cinelândia, no centro do Rio, contra os políticos corruptos. É muito pouco.

Há uma certa anestesia política hoje no Brasil. Estamos satisfeitos porque todos temos pelo menos um celular, acesso ao crédito, uma melhorazinha de vida. Isso significa que alguém está comprando nosso silêncio.

3 Comments:

At 10:00 AM, Blogger Lizzie Bravo said...

concordo plenamente.

 
At 2:52 AM, Blogger pituco said...

joyce,

é verdade...uma anestesia política...a sensação de que nada irá melhorar...e a terrível idéia de que todos nós somos, culturalmente, corruptos...

abrçsonoros

 
At 10:27 AM, Blogger Luiz Antonio said...

Joyce, aqui com meus botões...vou arriscar a pensar que tudo o que escreveste sobre os desmandos do Brasil está corrétíssimo, há mais de trinta anos (considerando-se o período pós ditadura em que essas manifestaçõe puderam ganhar novamente as ruas).
Quanto as crises mundiais, concordo também que os valores do velho mundo e do "senhor dos mundos"(EUA) começam a ser questionados pelos seus. Tenho assistido a filmes sobre a europa e leste europeu antes do fim do comunismo e antes da UE. Interessante comparar a Europa como vários paises ou como um continente econômico unido. Não sei se aqui a uniao fez a força ou igualou o que funcionava melhor separado...
Discordo apenas com o texto final. ter uma melhoradinha no nível de vida, pode ser sim o grande elo que falta para o Brasil voltar a se movimentar contra os desmandos, pois tudo oque reclamamos é fruto daquele imposto que tivemso que pagar, da carga tributária que empresários tem que se submeter para operarem seus negócios, aos lobbystas que sustentam falcatruas, enfim a problemas que só atigem da classe média pra cima. Para o pobre ter o que comer já e luxo. Na hoar que ele pssar a ser consumidor e ter acesso a informação e EDUCAÇÃO (não to dizendo que isso esta sendo ofertado, principalmnete educação) ele vai começar a sentir o peso de tudo isso. Resumo: povos estabilizados se revoltam, mas essa estabilidade é parte importante para que possa haver a reflexão. Só o clelular não adianta, se for pra baixar rigtone do bonde do tigrão, mas pra alguns - temso que acreditar - vai significar acesso a informação e Educação. Otimista de plantão?

 

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