sábado, fevereiro 18, 2012

carnavais e etc


Nesta foto pré-carnavalesca, feita há uma semana atrás, eu e minha amiga-irmã Wanda Sá estamos ao lado do querido Quarteto em Cy, participando de um show delas em SP - homenagem aos 50 anos da música 'Garota de Ipanema'. A Garota está madurinha, mas os 50 são os novos 30, vocês sabem... E de qualquer modo, quem foi garota de Ipanema um dia, nunca perde a pose (vi isso com meus próprios olhos, aconteceu com minha mãe).

As próprias meninas do Quarteto impressionam neste sentido: na vida civil, podem ser até mais maduras que a Garota, mas no palco ficam iluminadas, acendem mesmo, e se transformam nas quatro baianinhas que encantaram o Poeta. Coisa linda de se ver.


Agora cá estamos nós em pleno carnaval carioca - as ruas bombando, o carnaval de rua do Rio batendo todos os recordes, maravilha. As notícias dão conta de uma relativa calma (eu disse relativa, claro) e de uma também relativa limpeza. Que bom, meno male. Na foto acima, a Princesa Guerreira se prepara para seu primeiro bailinho de carnaval... na Alemanha. Infelizmente, parece que não foi muito bem sucedido para os padrões da mãe carioca. Carnaval alemão é assim mesmo...

Fico aqui me perguntando quando foi mesmo meu último carnaval de verdade. Podem ter sido todos aqueles carnavais em que levei minhas meninas aos bailinhos infantis da pracinha Pio XI e do clube Piraquê. Elas adoravam, se acabavam de tanto sambar. E eu me divertia de montão, só em vê-las.

Pode ter sido aquele de 1987, em que saí de destaque na Mocidade Independente, no alto de um carro, mas ali não me senti propriamente brincando carnaval: estava fazendo uma personagem importante dentro do enredo 'Tupinicópolis', do meu amigo e parceiro (e carnavalesco da escola) Fernando Pinto. Eu era a crooner da boate Saci. Fomos vice, e voltamos no domingo ao Sambódromo para o desfile das campeãs.

Pode ter sido o de 1989, quando saímos, eu, Tutty e Aninha, em duas escolas na mesma noite, igualmente por amizade: na Cabuçu, o homenageado era Milton Nascimento, e saímos na 'ala dos amigos do Bituca'. Na Tradição, saímos na 'ala dos amigos' de nosso vizinho João Nogueira. Voltamos exaustos pra casa, e infelizmente ambas as escolas foram rebaixadas. Como eu já fora vice-campeã dois anos antes, não me considerei tão pé-frio assim.

De qualquer forma, quando em 1992 fui convidada a sair na 'ala dos amigos do Tom', que estava sendo homenageado pela Mangueira, achei prudente declinar do convite, e depois me arrependi um pouco. Mas estávamos chegando justamente naquela manhã de Nova York, viagem longa: não sei se eu teria tido gás para tanto.

Mas não sei, não. Pra mim, acho que meu último carnaval, em que fui brincar na rua apenas pelo prazer da brincadeira em si mesma, pode ter sido aquele de 1968, quando saí com o Hermínio na Banda de Ipanema - ele vestido de inglês, com capa e guarda-chuva; e eu, fantasiada de Maria-Bethania-Carcará: cabelo preso atrás, calça jeans e camisa amarrada na cintura. A Banda ainda pequena, com poucos integrantes, e aquele povo todo do Pasquim liderando, com Albino Pinheiro, Hugo Bidet, Paulo Garcez e Sérgio Cabral à frente. Depois disso, fui sendo levada, por diferentes motivos, mas nunca mais senti aquela pulsão meio ingênua de carnaval, que tanto me animava na infância e na adolescência. Depois dali, acho que fiquei definitivamente adulta.

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5 Comments:

At 6:51 PM, Blogger Cyntia Monteiro said...

Nossa, quantos carnavais diferentes! Quando li "fantasiada de Maria Bethânia" logo pensei: com que cabelo? já nem lembrava que um dia domaram os cabelos de Bethânia. Imagino como será cantar a mesma música em um loop eterno além de dançar e andar ao mesmo tempo e ainda repetir a dose em uma mesma noite. Muito pique!

Eu nunca estive fora do Recife no Carnaval e sempre achei que era muito foliã, mas agora que estou no meio de um intercâmbio, acho que gosto mesmo é do sossego. Na dúvida, vamos amanhã para Colônia, na Alemanha. Dizem por aqui que é o carnaval mais animado (ainda não acredito que é possível) do velho continente. Com toda a minha animação nesse fim de inverno, vou acabar sem colocar nem o pé na rua. O bloco, então...

 
At 9:23 PM, Blogger Marcel said...

Definitivamente, eu fiquei devendo a ida ao Sesc Pinheiros para ver o Quarteto em Branco e Preto, assim como constava na descrição do show! hehe

Eu cheguei a ir no Sesc Pompéia, o mais próximo de onde trabalho pra comprar os ingressos para a Zizi Possi no dia 25 (minha folga), não consegui folga no dia do show do Quarteto, uma pena! =/

Mas outros virão, agora quanto ao Carnaval, bem... eu nunca me dei muito bem com ele, apesar de gostar dos desfiles e ter minhas escolas favoritas, tanto em SP como no RJ.

Hoje eu fui dar algumas voltas pela terra da garoa, e parei na Livraria Saraiva, logo... "Feminina", aquisição na certa! Conheço o disco e o repertório de ponta cabeça, mas nada como o disco físico em mãos. E cá estou com ele tocando, e eu apreciando, coisa linda!

Quanto a Garota de Ipanema, finalmente comecei a estudar música propriamente dita no Ensino Superior! Ó Céus, que coisa fantástica uma aula de "Linguagem da Canção", e se aprofundar definitivamente no nosso cancioneiro popular! Meu professor estudou a tal da "Teoria Semiótica" com o Luiz Tatit, é interessantíssimo, acho que realmente estou no caminho certo!

Um beijo enorme!
Até Jazz!

 
At 9:48 PM, Blogger joyce said...

Justamente em Colônia é que está a alemãzinha da foto... Parece que é animado sim, mas bem diferente do que a gente conhece como carnaval.

 
At 6:45 AM, Blogger pituco said...

joyce,

quantas estórias e relatos bacanudos...fotos inclusive...

e esse carnaval alemão deve ser o mais animado nas plagas de lá, porque deve ter brasileiro no pedaço...com toda certeza...

bom domingo de carnaval pra todos aí...

abrçsonoros

 
At 5:07 PM, Blogger Luiz Antonio said...

CARNAVAL PRA MIM:
Infância: nas matinês do clube Tamoio de São Gonçalo - fatasiado de índio ou de pareô taitiano. E a noite íamos pra casara ver o Clovis Bornay, na tv, desfilar no mesmo salão onde tinhamos sambado.Acho que esse clube nem existe mais.
Nos vinte anos: desespero. Eu sozinho em São Gonçalo e minha vó, Anna de Jesus (Anita)
teve uma crise grave _que depois fomos saber era a "diverticulite", aquela que havia matado o Tancredo_ sair na madrugada, com a sua rua interditada pro trãsito, sem carro, sem carteira, atras de hospital no Rio de Janeiro em sábado de carnaval é uma experiência que não desejo a ninguém. Só plantão pra bebum e acidentado. Internei ela ás 4 da madrugada. Dalí ela não saiu mais até morrer em abril de 87. Meus caranvais acabaram....trauma e saudades.
Aos 29 anos. Me vi em Paraty, acompanhado de uma "pretensa" paixão, suas amigas, numa cidade maravilhosa e seu carnaval saúdável de rua, que me fez esquecer as mágoas dele (carnaval). Nos olhos verdes de uma Caiçara meu coração se dividiu entre ela e a gaúcha_ a quem eu esperava me declarar naquelas férias (uma timidez que nem cabe mais hoje em dia...rsrsrs) . Não adianta era meu ultimo carnaval solteiro,a vida girava sua roda e eu daquele ano em diante não seria mais um solitário coração.....na dúvida entre uma e outra..... fiquei sem as duas!!!!!!Fui me casar, seis meses depois, com Inês, italiana, olhos verdes-azuis, que morava em Veranópolis, havia passado aquele carnaval na Bahia e nem sequer nos conhecíamos...
Hoje: Aqui em casa, escondidinhos, felizes, Ines, Giullia, Annita e eu, sem nem sequer ligar tv... só piscina, música, jantares, almoços...enquanto lá fora o mundo samba. Amém!!!!

 

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